quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

TROMBOSE VENOSA PROFUNDA


A trombose venosa profunda (TVP) ocorre em decorrência da formação de trombos, que são coágulos que se transformam dentro das veias, geralmente iniciando nas pernas. A grande importância desta doença está na gravidade de suas complicações que, em muitas vezes, levam à morte. Estudos realizados nos Estados Unidos mostraram que, por ano em torno de 500 mil pacientes hospitalizados apresentam TVP.

A complicação mais grave acontece em decorrência do deslocamento do trombo, das veias dos membros para as artérias pulmonares. Quando isso acontece, obstrui essas artérias e é chamado embolia pulmonar; que na dependência da intensidade, pode levar à morte. Além da embolia, que acontece nos primeiros dias da trombose venosa, o paciente pode permanecer com seqüela decorrente do processo de formação de trombo nas veias, ocasionando alterações, muito tempo depois, no membro afetado. Estas seqüelas vão desde o inchaço crônico até a abertura de feridas. Estas manifestações tardias advêm da lesão das válvulas venosas causadas pelo trombo. Ao longo do tempo, o trombo desaparece parcial ou totalmente , levando, além do impedimento do fluxo sanguíneo no sentido normal, ao refluxo.
A TVP decorre de três mecanismos básicos: em situações em que o sangue passa pela veia numa velocidade menor que a normal; quando o paciente apresenta alguma predisposição para formação de tombos; ou quando é vitima de algum trauma na parede da veia. O fluxo venoso depende muito da contratura muscular, ou seja, da movimentação, para que ocorra normalmente. Alguns fatores, como a idade acima dos 40 anos, obesidade, varizes, câncer e imobilização prolongada são considerados, dentre outros, predisponentes à TVP. Portanto, pessoas
que ficam acamadas por tempo prolongado, como é o caso daquelas que são submetidas a cirurgias, e as que fazem viagens prolongadas, apresentam também maior risco.
É possível reduzir o risco de tromboembolismo venoso com medidas específicas, de acordo com a intensidade do risco de uma determinada pessoa. Conhecendo os fatores de risco, pode-se estratificar o risco em baixo, médio ou alto e, com isso, introduzir a profilaxia adequada para cada faixa. Não é exagero que todo paciente com algum fator de risco para tromboembolismo venoso como varizes, por exemplo, e que vai ser submetido a um procedimento cirúrgico prolongado, passe por uma avaliação de risco de tromboembolismo e, com isso, se tome as medidas para reduzir esse risco, notadamente de embolia pulmonar fatal.
Alguns pacientes podem apresentar TVP em decorrência de uma tendência genética. Neste caso, se for detectada alguma tendência genética de formar trombos, denomina-se trombofilia hereditária. Toda vez que uma pessoa ainda jovem apresenta TVP, principalmente se têm parentes que já apresentaram trombose, deve-se investigar a presença das trombofilias hereditárias. Por outro lado, a TVP pode denunciar a presença de alguma doença escondida, como o câncer.
Dor e inchaço na panturrilha são as queixas mais comuns dos pacientes com TVP. Mas, infelizmente, a embolia pulmonar pode ser a primeira manifestação, sem nenhuma alteração nas extremidades. Na suspeita, deve-se realizar exames complementares para que se confirme o diagnóstico. Os princípios do tratamento são a utilização de anticoagulantes. Este diagnóstico e o tratamento devem sempre ser acompanhados pelo Angiologista. Em alguns casos, pode ser necessário a colocação de um filtro de veia cava. Este filtro impede que os coágulos formados nas pernas migrem para os pulmões e leve à embolia pulmonar.


Consultoria: Dr. Antonio Carlos de Souza
www.angiomedi.com.br

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