quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cross Link: Nova Técnica no tratamento do Ceratocone e Ectasias de córnea



Esse é o mais recente método utilizado para o tratamento do Ceratocone e Ectasias de córnea no qual através do uso de uma substância natural chamada Riboflavina (vitamina B2) que, associada à luz Ultravioleta A de 370 µm, cria novas ligações entre as moléculas de colágeno da córnea, aumentando sua resistência e rigidez
A nova terapia é um eficiente aliado contra o Ceratocone, distrofia mais comum da córnea, que afeta uma em cada mil pessoas, ocorrendo em populações em todo o mundo. Geralmente, é diagnosticado em pacientes adolescentes e apresenta seu estado mais grave na segunda e terceira década de vida.
O paciente portador de ceratocone tem a necessidade de ter a sua visão restaurada para que possa retomar a sua vida da melhor maneira possível. É comum estes pacientes procurarem por várias opções de tratamento.
Entretanto, nem sempre as coisas são tão fáceis e é muito comum esses pacientes consultarem com mais de um especialista para verem uma "luz no fim do túnel”. O problema é quando esta luz é de um trem vindo em sua direção. A abordagem desses pacientes deve ser diferenciada; são pacientes com necessidades especiais, e criar expectativas muito otimistas pode levar a uma grande frustração por parte tanto do paciente, de seus familiares (que sofrem junto), como do próprio médico.
Nesta última década, tivemos grandes inovações nos tratamentos disponíveis para o ceratocone, desde as técnicas e tecnologias de transplante de córnea até cirurgias menos invasivas como o implante de anel intracorneano (ou intraestromal) e o próprio crosslinking.
Pacientes com ceratocone, geralmente, apresentam-se inicialmente com astigmatismo leve, principalmente no início da puberdade, sendo diagnosticados com a doença no final da adolescência ou início da segunda década de vida. Em raros casos, o ceratocone pode ocorrer em crianças. O desenvolvimento da doença pode ser bastante variável, com alguns pacientes mantendo-se estáveis por anos ou indefinidamente, enquanto outros progridem rapidamente ou têm exacerbações ocasionais após um longo e até então período de estabilidade. Mais comumente, o ceratocone progride por um período de dez a vinte anos antes que o curso da doença geralmente cesse.
A nova terapia fortalece a córnea e evita a progressão da doença, o que permite que muitos pacientes permaneçam em estágios iniciais, evitando a evolução para transplante de córnea.
Na entrevista a seguir, o oftalmologista Cláudio Fernandes fala sobre o tema, fazendo raios-X completo do tratamento à base do Cross Link.


RPC - O que é Cross Link?

Dr. Claudio - é o mais novo tratamento do ceratocone em evolução, com estabilização da evolução da doença.

RPC -O que é Ceratocone?

Dr. Claudio – É uma doença degenerativa da córnea (lente de 50 graus do nosso olho), acomete uma pessoa a cada 1.000, ocorrendo em todo mundo e todas as etnias, principalmente pessoas com alergia ocular apresentando prurido (coceira) nos olhos. Que provoca uma deformação em forma de cone com distorção da visão, normalmente inicia aproximadamente entre 1ª e 2ª década de vida. Evoluindo com a piora da visão, o diagnóstico se dá pela acuidade visual, variação da refração, Biomicroscopia, Topografia de córnea, Orbscan, Pentacan, entre outros métodos em estudo para avaliar a elasticidade da córnea e da topografia corneana.Tendo como tratamento óculos na fase inicial (incipiente) lente de contato rígida em 90% dos casos, Cross Link e Anel de ferrara, e nos casos mais severos transplante de córnea (em 10% dos casos).

RPC - Quando é indicado o Cross Link?

Dr. Claudio – É indicado para ceratocone e ectasia de córnea pós-cirurgia refrativa.Hoje é uma opção bem menos agressiva que o anel de ferrara e o transplante de córnea, podendo estabilizar e evitar a progressão do ceratocone; é também indicado nas ectasiacórneana pós-cirúrgicas a Laser, pois proporciona maior rigidez da córnea.

RPC -Como é o procedimento cirúrgico do Cross Link?

Dr. Claudio – tem que ser realizado em um centro cirúrgico com anestesia tópica (só colírio) com microscópio cirúrgico. É retirado o epitélio da córnea (raspagem) com instrumento especial, colocamos gotas de Riboflavina 0,1% (vitamina B2) de 5/5 min. 6vezes para penetração da córnea. Em seguida é colocado sob o aparelho de Cross Link com afastador de pálpebras (para manter os olhos abertos) o aparelho emitiráradiações ultravioleta “A” de 370 mm (para não lesar o olho) por 30 min, com riboflavina 0,1% 5/5 min. Depois é lavada com BSS e colocada uma lente de contato terapêutica durante 3 a 5 dias, depois a lente de contato é retirada pelo oftalmologista (quando o epitélio já está reeptelizado).

RPC - Como é o pós-operatório?
Dr. Claudio – será prescrito uso de colírios e analgésico com avaliação periódica com o oftalmologista.
O resultado com a estabilidade do ceratocone e ectasia no pós-operatório e retorno da visão aproximadamente varia de 03 a 06 meses.

RPC— Quais são os riscos?

Dr. Claudio – os riscos são mínimos, podendo ocorrer infecção (pela retirada do epitélio) e opacificação endotelial inicial que melhora entre 03 e 06 meses.

RPC - Pode usar lentes de contato corretivas após a cirurgia?

Dr. Claudio – após o período de cicatrização, é possível usar lentes de contato.

CONCLUSÃO:

Cross Link é um procedimento seguro, eficaz para o controle e estabilidade do ceratocone em evolução e ectasiacorneana.
Para mais esclarecimento consultar um oftalmologista


Consulltoria: Dr. Claudio Fernandes.
www.ipooftalmologia.com.br

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